Ocorrendo na capital mineira, de 26 de setembro a 01 de outubro de 2023, a Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte inaugura um novo recorte em sua programação, com a Mostra Território que vem a ser uma competitiva internacional de filmes latino-americanos, que serão premiados pelo júri oficial formado pelo cineasta André Novaes de Oliveira, a crítica de cinema, jornalista e pesquisadora Mariana Queen Nwabasili, a produtora Sara Silveira, a pesquisadora e curadora Carla Italiano e o professor e crítico Roberto Cotta.
Os títulos que competem na Mostra Território são: “Guapo'y” (Sofia Paoli Thorne, Paraguai/Catar); “Otro Sol” (Francisco Rodriguez Teare, Chile/França/Bélgica), “Moto” (Gastón Sahajdacny, Argentina), “Llamadas desde Moscu” (Luis Alejandro Yero, Cuba), “A La Sombra de la Luz” (Isabel Reyes e Ignacia Merino, Chile), “Diogenes” (Leonardo Barbuy, Peru), “Puentes en el Mar” (Patricia Ayala Ruiz, Colômbia) e “Toda Noite Estarei Lá” (Tati Franklin e Suellen Vasconcelos, Brasil).
Já a Mostra Continente, com curadoria de Cléber Eduardo, Ester Fér, Leonardo Amaral e Marcelo Miranda, reúne um total de 14 longas selecionados sob o tema "Territórios da Latinidade". São eles: “El Reino de Dios” (Claudia Sainte-Luce, México), “Las Preñadas” (Pedro Wallace, Argentina/Brasil), “Rejeito” (Pedro de Filippis, Brasil), “Vieja Viejo” (Ignacio Pavez, Chile), “El Grossor del Polvo” (Jonathan Hernández, Mexico), “Utopia” (Laura Gómez Hinchapié, Colômbia), “Nada Sobre meu Pai” (Susanna Lira, Brasil), “Sean Eternxs” (Raúl Perrone, Argentina), “Amanhã” (Marcos Pimentel, Brasil), “Propriedade” (Daniel Bandeira, Brasil), “Tan Inmunda” (Wince Oyarce, Chile), “Anhell69” (Theo Montoya, Colômbia), “O Estranho” (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil) e “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo” (Julio Bressane e Rodrigo Lima, Brasil), este último exibido no segmento chamado “Cinema de Fôlego”, por conta de suas 7h10 de duração.
Em filmes de apelo popular e em conexão com a cidade para um diálogo imediato com o público, os títulos da Mostra Praça em 2023 são documentários apresentando histórias reais e instigantes para o público presente no cinema instalado na belo horizontina Praça da Liberdade. Dois títulos tratam de figuras importantes no cenário cultural brasileiro. “Andança – Encontros e Memórias de Beth Carvalho”, de Pedro Bronz, debruça sobre robusto material de arquivo da artista para traçar um recorte único, íntimo da carreira e da vida dessa singular figura da cultura nacional. Por sua vez, “Lô Borges – Toda Essa Água”, de Rodrigo de Oliveira, repassa a trajetória de brilhos, medos e sonhos deste celebre compositor mineiro.
Uma dupla de curtas-metragens da mostra A Cidade em Movimento, ambos tratando e visibilizando figuras e ambiências mineiras que se aprofundam nas próprias origens de um conceito de nação brasileira, “Senhores de Aruanda – Umbanda e Resistência”, de Caio Barroso, e “Folia dos Anjos”, de Kdu dos Anjos; e o documentário mineiro “Gerais da Pedra”, do trio Diego Zanotti, completam a seleção do Cine Praça.
Também a muito esperada Mostra de Curtas do festival, sob curadoria de Tatiana Carvalho Costa e Marcelo Miranda, foi uma seleção que acabou por se relacionar diretamente a temática "Territórios da Latinidade" e aos caminhos gerais por justamente estar em contato com outras obras, imaginários e estímulos do continente – afinal, a América Latina também somos nós.
Na edição de 2023, a Mostra Homenagem relembra as trajetórias de dois artistas mineiros: o diretor e roteirista Rafael Conde e a atriz, dramaturga e diretora Yara de Novaes. Vários filmes com participações de ambos estão na programação, incluindo alguns que contaram com o trabalho dos dois. Dirigidos por Conde, o longa “Samba Canção” (2002) tem Yara como atriz, os curtas “A Hora Vagabunda” (1998) e “Françoise” (2001) tem Yara como assistente de direção e o longa “Fronteira” (2008) tem ela como atriz e diretora de elenco.
Outros trabalhos de Conde estarão na sessão de abertura - “Zé” (2023) - e em sessões subsequentes, com os curtas “Rua da Amargura” (2003) e “A Chuva nos Telhados Antigos” (2006). De Yara o público poderá conferir sua faceta de atriz também na comédia “Depois a Louca sou Eu” (2021), de Julia Rezende.
Zé Celso no Cinema
A mostra Diálogos Históricos, que anualmente exibe filmes conectados sob alguns determinados aspectos e acompanhados de comentários de críticos ou pesquisadores especialistas nos temas e formas em cena, celebra este ano a memória e o talento do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937-2023). Os títulos são: “Prata Palomares” (André Faria, 1970), no qual Zé Celso foi roteirista; “O Rei da Vela” (1982), único filme em que ele assina direção, em parceria com Noilton Nunes; e “Fedro” (Marcelo Sebá, 2021), no qual surge de corpo, alma e voz com o ex-pupilo Reynaldo Gianecchini num longo e intenso papo íntimo sobre arte, sexo, vida e política.
E a Mostra CINE MUNDI, feita pelo crítico Pedro Butcher, reúne filmes brasileiros que tiveram projetos apresentados no programa Brasil CineMundi em edições anteriores do evento. Este ano serão mostrados “Mato Seco em Chamas”, de Joana Pimenta e Adirley Queirós; “Paterno”, de Marcelo Lordello; e “Tia Virgínia”, de Fábio Meira, recentemente premiado com cinco troféus no Festival de Gramado, incluindo melhor atriz para Vera Holtz.
Ao todo, a CineBH terá 93 filmes nacionais e internacionais (39 longas, 51 curtas e 3 médias), de 13 países (Alemanha,Argentina, Brasil, Catar, Chile, Colômbia, Cuba, França, México,Paraguai, Peru, Romênia) e 12 estados brasileiros (Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo), a serem exibidos em 56 sessões em oito espaços da capital de Minas Gerais.
Além dos filmes, a programação intensa e gratuita contempla a formação com a oferta de oficinas, workshops, laboratórios, debates e painéis, promoção do fomento ao empreendedorismo, dissemina a informação, produz e difunde conhecimento, cria oportunidades de rede contatos e negócios, reúne a cadeia produtiva do audiovisual numa programação abrangente e gratuita.
A 17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 14º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2023 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tira dentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).
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