Corpo e Alma como cura da repressão. O filme documental Guapo'y, de Sofía Paoli Thorne coloca o Paraguai como o país ganhador do primeiro prêmio para o cinema da latino América no CineBH International Film Festival.
A cineasta, nascida no Peru, se mudou para o Paraguai por conta dos conflitos armados. Quando leu a matéria “Canciones de cuna en los calabozos de Stroessner” sobre as pessoas nascidas na prisão durante a ditadura militar, Thorne achou um filme com vinculações fortes a movimentos sociais, especialmente na luta contra o governo ditatorial do Paraguai. Guapo'y foi o eleito como melhor filme tanto pelo júri oficial quanto pelo júri da crítica. No primeiro caso, o grupo composto por Sara Silveira (produtora), Mariana Queen Nwabasili (pesquisadora e curadora), Roberto Cotta (crítico e professor), André Novais Oliveira (cineasta) e Carla Italiano (pesquisadora e professora) justificou a escolha apontando o fato de que “a rememoração é uma forma de ressignificar o passado e garantir a existência de futuros possíveis” e exaltou “os elementos articulados com maestria pela diretora desse longa, que soube dosar com precisão o gesto que se aproxima para melhor escutar e o que respeita as violências sofridas na pele das personagens ao saber lhes dar a distância necessária”.
Pelo prêmio do júri oficial, "Guapo'y" ganhou o Troféu Horizonte e um prêmio de R$ 10 mil oferecido numa parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria Municipal de Cultura e BH Film Comission.
Pelo júri da crítica, formado por Luiz Zanin Oricchio, Pedro Henrique Ferreira e Mariana Mól, a escolha de “Guapo’Y” se deveu à “delicadeza como o filme expõe fatos tão atrozes e seu gesto que descortina, aos poucos, as memórias apagadas e as duras experiências de uma das mais longas ditaduras da América Latina”.
Veja o trailer do filme Vencedor da Mostra Competitiva Território na 17ª edição do CineBH:
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