Direção: Pedro Almodóvar

No rigor do quadro, de cada enquadramento, posicionamento dos elementos em cena, das atrizes, Almodóvar faz de “No Quarto Ao Lado” uma aula de cinema e elegância. Menos austero aqui do que em “Dor e Glória” e mais contido no escoar das emoções nos close ups aqui do que em “Fale Com Ela” ou “Tudo Sobre Minha Mãe”, ele estreia filmando em solo estrangeiro e numa língua estrangeira com excelência.
Nova York e seus arredores são personagens essenciais em O Quarto Ao Lado, ajudando a narrar a história das amigas de trabalho que se reencontram anos depois e fazem um pacto, digamos, diferente do usual. E o “como” faz toda a diferença nessa história sobre amizade e eutanásia, que sem uma forte autoria por trás, descambaria em mais um filme maniqueísta como Hollywood produz aos borbotões. O Quarto Ao Lado é um majestoso tour de force de um diretor espanhol se tornando um nova-iorquino, operando em um alto nível de controle e rigor com elegância.
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