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[Salas de Cinema] 3 Obás de Xangô

  • Foto do escritor: Lorenna montenegro
    Lorenna montenegro
  • 3 de set.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de out.

Direção: Sérgio Machado



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Uma jornada espiritual e polifônica pelo coração da Bahia, partindo do olhar transmutado em poesia pelo cineasta Sérgio Machado, que codifica a baianidade de três mitos da cultura: Dorival Caymmi, Carybé e Jorge Amado. A resistência da cultura negra no lugar mais negro do mundo fora da África, é o coração do filme 3 Obás de Xangô, consagrado como o melhor documentário no Prêmio Grande Otelo em 2025.


Voltando às suas origens documentais, ou pelo menos de sua atuação como cineasta, que foi através da estreia com o seminal Onde A Terra Acaba - sobre a feitura de Limite e a obra do cineasta belga naturalizado brasileiro Mário Peixoto - Machado faz um documentário longe do usual, extremamente arraigado na sensorialidade e historicidade afetiva que os três amigos constroem, misturando suas memórias pessoais as coletivas para imprimir um retrato especial de Salvador e do espírito baiano.


“A Bahia tem um substrato que é todo mágico, e essa magia está no Candomblé, até a forma como os alimentos são servidos e oferecidos para os orixás e para todos, como o acarajé. Isso é vida e dá um impulso para quem gosta de pintar, de desenhar, de fazer música e escrever. Por isso a quantidade de artistas que a Bahia deu ao mundo” - Carybé

Dentre o material de arquivo farto (parte dele, mais de 30 horas de filmagens, cedido por João Moreira Salles) reunindo Caymmi, Amado e Carybé, junto a outras personalidades como Mãe Meninina do Gantois, Muniz Sodré e Zélia Gatai, escritora e companheira de Jorge, o cineasta traça um panorama afetivo partindo também de um aspecto muito pessoal: a relação da mãe, Ieda Machado, com o candomblé e sua luta contra a intolerância religiosa. E talvez, esse aspecto íntimo somado ao fato de que o cineasta frequentou terreiros e conheceu os obás do Ilê Axé Opô Afonjá fazem de 3 Obás de Xangô um filme especial, nada didático e imensamente lúdico, dotado de um espírito que ressoa em cada cena e transporta para a Bahia de Todos Os Santos.


A forma suave como o cineasta costura alguns depoimentos de especialistas com os offs os três ministros honoríficos desmistifica muitos preconceitos acerca do candomblé e das manifestações religiosas de matriz afro que são parte da identidade baiana e brasileira - como também é o caso da capoeira. E outro elemento adicional, que enriquece ainda mais o documentário 3 Obás de Xangô é a narração, a cargo do soteropolitano Lázaro Ramos.

 
 
 

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