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[Salas de Cinema] A Verdadeira Dor

Foto do escritor: Lorenna montenegroLorenna montenegro

Atualizado: 2 de mar.

Direção: Jesse Eisenberg

Roteiro: Jesse Eisenberg




Dois primos enlutados que estão apartados mas que eram confidentes de longa data e partilhavam o amor pela avó materna, resolvem se reunir para, na Polônia, buscar memórias do lugar aonde ela viveu antes de migrar para os Estados Unidos. Essa é a premissa de A Verdadeira Dor, filme de Jesse Eisenberg (de “A Rede Social”), produzido por Emma Stone e que deve dar o primeiro Oscar na carreira para o caçula da dinastia Culkin, Kieran Culkin.


Eisenberg, em seu modo mais “woodyallenesco” possível, realiza seu segundo filme como diretor após o genérico Quando Você Terminar de Salvar o Mundo, com Juliane Moore no elenco. E realmente impressiona como ele fez, em 2022, essa transição ou deu mais um passo na carreira se tornando mais um ator-diretor. A grande questão é que não deu ainda pistas de que tem algum talento, alguma marca própria que pode imprimir como cineasta, por mais que A Verdadeira Dor represente uma clara evolução, ainda é apenas mediano. Talvez por uma falta de ambição clara, que impede o filme, naturalista (e isso é apenas uma característica estilística, existem vários filmes no mundo que o são e são sublimes), de deslanchar e desviar de caminhos óbvios.


A Verdadeira Dor é irregular, em alguns momentos repetitivo e sim, a construção da personagem de um homem adulto absolutamente disfuncional, que ainda vive com a mãe e é a epítome do mal desse século - ansioso e deprimido - é um trunfo do filme, pois Kieran Culkin como Benji, diferente do que dizem seus detratores nessa temporada de premiações, não é uma cópia fac-símile de Roman Roy, seu personagem premiado de Succession.


Eisenberg convence na pele de alguém que parece semelhante ao próprio na vida real (em entrevistas ou premiações), discreto, um pouco tímido mas ainda assim, um nerd charmoso mas também bobo. Esteio da família, seu David fica exasperado ao longo da viagem com Benji, tenta se desculpar com os outros membros da excursão mas acaba vendo no primo o reflexo daquilo que buscou ser na juventude e não pode realizar, pois custaria o êxito de uma vida como a que leva hoje: com emprego, uma família e um propósito na vida. A Verdadeira Dor deve comover audiências pois também se apoia na narrativa familiar para tratar de reconciliação com o próprio passado e lições apreendidas e que irão ressoar no futuro.



 
 
 

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