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[Salas de Cinema] O Melhor Amigo

  • Foto do escritor: Lorenna montenegro
    Lorenna montenegro
  • 15 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de mar.

Direção: Allan Deberton

Roteiro: Raul Damasceno, Otavio Chamorro, Andre Araujo




A típica comédia romântica da Sessão da Tarde, trocando a heroina heterossexual desiludida pelo mocinho gay cansado do relacionamento morno com o namorado; O Melhor Amigo, essa romcom que é o novo filme de Allan Deberton (de Pacarrete) conta com um ingrediente que pode ser saboroso ou amargo: é um musical. Um musical que, digamos assim, carece de harmonia, de uma encenação que torne a musicalidade parte do todo, de assertividade na utilização das canções e de uma direção que favoreça as coreografias de Rômulo Vlad e o sentimento ali, exposto, nos números musicais.


Começando pelos dilemas do protagonista/heroi romântico da história, Lucas (Vinicius Teixeira), um arquiteto - que podia ser padeiro ou publicitário, já que a profissão não tem qualquer importância na narrativa - que resolveu dar um tempo da sua vida e passar uns dias no paraíso: mais especificamente, entre as praias de dunas e as baladas de Canoa Quebrada. Eis que ele marca um passei de bug na praia e reencontra o "crush" da faculdade, o galanteador Felipe (Gabriel Fuentes); e a ele que o título do filme, O Melhor Amigo, faz alusão, talvez trazendo uma piada interna que na tradução subliminar poderia ser O Mais Gostoso Amigo. Lucas faz então de tudo para passar os próximos dias e horas colado no moreno mas não contava com o fato de que o ex, Martim (Léo Bahia), que acha que ainda é o atual namorado, aparece no hotel procurando por ele.


Já que o filme se passa no Ceará, não faltam piadocas e inclusive drags até fazendo stand up comedy além de claro, cantarem e dançarem, na boate Sal & Pimenta, onde o objeto do desejo de Lucas trabalha como go go boy. Aqui reside um dos principais calcanhares de Aquiles (são identificáveis pelos menos três, como o puritanismo nas cenas de sexo ou pegação, que joga automaticamente a cena para 'a manhã seguinte') de O Melhor Amigo: para além dos estereótipos típicos desse estilo de filme, dos personagens arquetípicos e das situações clichê, tudo soa bem caricato e over. E o fato até pode ser intencional mas acaba que, o excesso de personagens, muitos deles sem função dramática - o que dizer do casal de gays marmiteiros que estão no mesmo hotel de Lucas ou das drag queens escudeiras da Deydi Piaf (Dênis Lacerda)? - prejudica e muito a experiência.


A constatação não é feliz de que tudo no filme de Deberton parece esquemático, fazendo a love story não fluir, os anseios de Lucas não soarem verdadeiros e participações como a da rainha da 'Conga La Conga', Gretchen, parecerem atropeladas e aborrecidas. Já perto do fim, talvez a grande cena de O Melhor Amigo seja aquela que ilustra a formação de um vínculo afetivo real entre o arquiteto de coração partido mas com uma nova amizade, Deydi, que puxa, off drag, um dueto musical de What a Feeling, quando o clássico hino de Flashdance - e várias das canções que são interpretadas no filme pertencem a mesma década de 80 -, na voz de Irene Cara começa a tocar no rádio e é cantado junto com Lucas, agora sentindo de verdade o que viveu.



 
 
 

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